Carta da nudez interrompida, corrompida por si mesma
Eu por mim vos peço: me deixe.
Minha espada se recordou de meu passo e agora nada é possível se não duzentos séculos de uma mesma palavra confusa. Eu por mim não desfaleço, eu por mim não desloco, só permaneço deitada sobre minhas roupas, minhas misérias, deixando o céu torrencial estapiar minha carne.
Vinte anos e nenhuma questão respondida, sequer colocada. A ânsia pela resposta foi substítuida pelo barulho rítmico de meus sapatos, pela não-linguagem ávida do desejo cego, pela insuficiência cardíaca do corpo, pelo caos cirandeiro, cíclico e vicioso.
Dos que ficam; o vento que corta o rosto, o assédio do tempo seco que retorce os galhos das árvores e um ódio inexplicável _e mudo_ pelos objetos da cidade [o desejo irresistível de silêncio, e da não-movimentação vibra nas fibras do corpo, manifesta na boca aberta que não diz, através da voz não-propagada; o desejo estático:
-Cessar.
[E nos desejos fora do corpo, sonha-se com voz de mãe, que canta morna canção de ninar.]
Minha espada se recordou de meu passo e agora nada é possível se não duzentos séculos de uma mesma palavra confusa. Eu por mim não desfaleço, eu por mim não desloco, só permaneço deitada sobre minhas roupas, minhas misérias, deixando o céu torrencial estapiar minha carne.
Vinte anos e nenhuma questão respondida, sequer colocada. A ânsia pela resposta foi substítuida pelo barulho rítmico de meus sapatos, pela não-linguagem ávida do desejo cego, pela insuficiência cardíaca do corpo, pelo caos cirandeiro, cíclico e vicioso.
Dos que ficam; o vento que corta o rosto, o assédio do tempo seco que retorce os galhos das árvores e um ódio inexplicável _e mudo_ pelos objetos da cidade [o desejo irresistível de silêncio, e da não-movimentação vibra nas fibras do corpo, manifesta na boca aberta que não diz, através da voz não-propagada; o desejo estático:
-Cessar.
[E nos desejos fora do corpo, sonha-se com voz de mãe, que canta morna canção de ninar.]
12 Comments:
ai.
By Briza, at 4:49 PM
com este vc ganha a lua.
By Anônimo, at 3:49 PM
nao tenha medo,
de mostrar ao mundo porque veio
de por pra fora tanto sentimento..
tanta beleza
que estonteante mesmo na tristeza
da sua natureza profunda
poetica
misteriosa e dialetica
sem limites ...
nao tenha medo... de mostrar a sua grandeza, menina que eh gigante
By Anônimo, at 7:05 PM
dias escuros eu posso ver.
dê-se ao tempo.
ah sim.
te amo.
By Anônimo, at 7:05 PM
êta menina que não se esconde por trás das palavras...
isso é q é um blog...não como os de lá de onde venho...
hasta
By Anônimo, at 12:29 PM
amor,já percebeu q tu colhe o q planta?
ta afim de trocar sementes?
By Anônimo, at 11:43 AM
me passa seu e-mail?? como faço para entrar em contato??
By Luma Reis, at 7:35 PM
leva em-bora.
By Anônimo, at 9:10 PM
Dos que vão: que no vuelvan jamás.
By Anônimo, at 5:31 PM
saudade
By D ..., at 7:27 AM
mas que lugar de merda...
By Anônimo, at 10:02 AM
faz parte da desconstrução...
By Alexandre Guterres, at 4:08 AM
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